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O Grupo Cultural “Netos de Bandim” foi criado no dia 12.11.2000 pela Associação dos Amigos da Criança (AMIC) com a finalidade de criar um ambiente de integração sociocultural para as crianças e jovens do Bairro de Bandim. Num contexto pós Guerra, este núcleo tinha como principal objectivo a integração social de crianças, adolescentes, jovens e mulheres (grupos de riscos advindos da situação de pobreza vivida pela generalidade das famílias do Bairro de Bandim) oferecendo-lhes um espaço de convívio e partilha de boas práticas de cidadania através da Musica, do Teatro e da Dança. 

Apresentação da Organização

Deste então o grupo reúne-se diariamente nas instalações da escola comunitária da Zona 5 do Bairro de Bandim-1 (que ruiu durante as chuvas de 2010). Com o passar dos anos o Grupo cresceu e ganhou grande notoriedade na divulgação da Música e da Dança Tradicional da Guiné Bissau a nível nacional e internacional. Actualmente a maioria das crianças que constituíram a estrutura inicial já são jovens adultos que assumem responsabilidades organizacionais dentro do grupo, e conta com a participação de jovens de toda a cidade de Bissau. A prioridade dos Netos de Bandim continua a ser a prevenção e combate à exclusão social entre as crianças, adolescentes, jovens e as mulheres, integrando a necessidade de salvaguarda, valorização, e a divulgação do património cultural Guineense.

Actividades divididas em dois pólos:

1) Combate à exclusão social através de apoio sociocultural e económico às crianças, adolescentes, jovens e suas famílias;

Todas as actividades desenvolvidas no seio do grupo têm uma grande componente educacional no sentido de garantir as boas práticas da cidadania. Assim sendo, a maioria das crianças encara o Ector Diógenes Cassamá como “Encarregado de Educação” e mesmos os seus pais confiam nele a responsabilidade de agente educacional.​

​O Grupo Cultural Netos de Bandim tem um Médico voluntário que é amigo do grupo que se disponibiliza para consultar qualquer criança sempre que necessário e acompanhá-la no processo de recuperação (sempre que a família não tem dinheiro o grupo suporta o custo do tratamento). Também promove entre os jovens a saúde sexual e reprodutiva encaminhando-os para as consultas de planeamento familiar nos centros de saúde mais próximos (principalmente Centro de Saúde de Bandim e de Belém).

 

Uma das condições inerentes para que qualquer criança e/ou jovem possa integrar o grupo como membro, é a frequência escolar. Tendo em consideração as dificuldades económicas vividas no seio das famílias, o Grupo Cultural Netos de Bandim garante o suporte económico para que as crianças (membros do Grupo) mais desfavorecidas possam frequentar a escola e todos têm que apresentar sucesso escolar para que possam participar nos espectáculos culturais. Para apoiar os jovens que já estão numa fase mais avançada do seu percurso académico, está-se a criar um programa de apadrinhamento dos estudos universitários, sendo que actualmente já se apadrinharam alguns estudantes.

 

Também o grupo desenvolve o curso de alfabetização para os pais e encarregados de educação dos seus membros e para a comunidade onde a escola está inserida.

2) Salvaguarda, valorização, e a divulgação do património cultural Guineense como veiculo para a construção da paz.

Nos seus catorze anos de existência o grupo promoveu vários intercâmbios entre grupos culturais de Bissau, como também em contactar as comunidades mais rurais para aprofundar o conhecimento sobre a expressão de vários grupos étnicos. Acreditamos que para desmitificar as diferenças, e dissolver os conflitos étnicos, é necessário que as crianças aprendam os significados das expressões próprias de cada etnia e as assuma com um sentimento de pertença e orgulho, pois fazem parte da identidade cultural de todos os guineenses.

 

Neste sentido, é possível verificar que os vários elementos grupo cultural netos de Bandim representam a essência de todo o mosaico multi cultural da Guiné Bissau, já que pertencem e divulgam os hábitos de folclore dos vários grupos étnicos.

 

Assim trabalhamos para promover a Paz na Guine Bissau, sensibilizando as comunidades para a beleza da diferença, divulgando o conhecimento sobre um Povo.

 

O grupo tem uma tradicional parceria com AMIC na realização de campanhas de sensibilização sobre diferentes problemáticas e dinamiza varias actividades neste âmbito desde: teatros radiofónicos com sentido educacional, para a mudança de comportamentos sociais; colabora também com vários ONGs nacionais e internacionais na sensibilização comunitária e trabalhou várias vezes com o PNUD em programas de sensibilização para a paz nos quartéis militares.

​Por vários anos foi vencedor do Carnaval da Guiné Bissau (2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2012, 2013, 2015, 2016).

Em 2010 foi vencedor do Festival de Cultura Tradicional Africana, em Kanilai Gambia onde competiu com grupos culturais oriundos de vários países da África Ocidental.

Em 2011 foi convidado a participar nas festividades do Carnaval em algumas Cidades do Estado de São Paulo – Brasil. No mesmo ano actuou no Auditório Nacional de Cabo Verde a convite da Câmara Municipal de Praia em parceria com Associação dos Guineenses residentes em Praia – Cabo Verde.

2013 – Realizou oficinas de danças e percussão Guineense para Educadores Sociais da Universidade UNESP em São Paulo – Brasil.

2015 e 2016 – Participou no Festival de Teatro em Língua Portuguesa no Circuito do Teatro em Português no São Paulo / Brasil.

Em 2016 participou no Festival Periferias em Sintra – Portugal.

No quadro do cumprimento do seu objectivo, o grupo criou uma escola comunitária de carácter social sem fins lucrativos. Nela enquadra jovens com convicção de luta contra analfabetismo na Guiné-Bissau.

 

A referida escola era uma casa de construção precária de 4 salas, reconhecida pela Rede Nacional das Escolas Privada e pelo Ministério de Educação Nacional mas foi derrubado pela chuva.

 

Esta escola não era só para educação do ensino básico elementar na ordem do sistema educativo vigente, mas também educação cultural, moral, saudável para as crianças, adolescentes, jovens e adultos.

 

A maior parte dos alunos pertencem as famílias com a extrema dificuldade financeira e uma boa porção são órfã, meninos de criação e ainda de outras categorias similares e, que geralmente carecem de meios para assistir as contribuições das mensalidades exigidas pela escola e, sobretudo a fraca capacidade económica do país.

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